Embora haja diversas técnicas para avaliar um aluno, abaixo seguem 4 fatos que você nunca deve esquecer na sua prática profissional.
1 – Toda avaliação física de percentual de gordura é uma estimativa
Não importa o método (dobras cutâneas, bioimpedância, DEXA e etc.), o valor encontrado sempre será uma estimativa. A única maneira de definir com 100% de precisão o percentual de gordura é através da dissecação do corpo, o que não é uma boa ideia para aplicar no seu aluno, certo?
Todas as maneiras de se avaliar os alunos estimam a gordura corporal através de médias encontradas entre diversas pessoas, então não há um protocolo que possa definir com exatidão o percentual de gordura de qualquer pessoa.
É muito importante o profissional educar o aluno quanto a isso. Muitos saem da sala de avaliação acreditando que o valor estimado é exato e isso pode gerar muita frustração no futuro. Se o aluno trabalha duro durante 3 meses e em sua reavaliação está com o percentual 0,5% mais alto (um erro padrão de estimativa), pode gerar muita desmotivação. Ele também pode duvidar do seu trabalho caso haja uma diferença inesperada ou se for avaliado por outro protocolo.
2 – O peso corporal flutua naturalmente durante o dia
Por isso as pessoas, e até alguns profissionais, se apegam muito aos valores encontrados. O problema é que o nosso peso corporal oscila muito durante o dia. Podemos evidenciar uma variação de 1-2kg ao longo de 24 horas, dependendo das atividades e condições que o corpo apresenta. Por exemplo, perdemos peso quando fazemos exercício, transpiramos e urinamos. E por outro lado, ganhamos peso quando ingerimos líquidos ou alimentos.
Não se deve focar muito no peso na hora de medir resultados de uma avaliação física (isso vai ser melhor explicado no próximo tópico). Independente disso, é importante educar o aluno quanto às oscilações, para controlar expectativas.
3 – O peso corporal não está sempre relacionado ao peso de gordura
Quem nunca usou a balança para saber se estava acima do peso? É um método extremamente comum e de fácil acesso. Por isso, muitas pessoas ainda consideram que ganhar alguns quilos é sinal de que você está ficando fora de forma. A verdade é que principalmente quem pratica exercício físico pode ter oscilações no peso que não estão associadas ao acúmulo de gordura.
O ganho de massa muscular contribui para o peso corporal, e muitas vezes o aluno que inicia um programa de exercícios com expectativas de perda de peso pode se frustrar por não ver resultados muito evidentes.
Outra questão é quando os alunos têm uma pequena diminuição do peso e associam diretamente com o processo de emagrecimento. Porém, como falamos no tópico anterior, isso pode ser apenas uma oscilação hídrica natural do corpo.
4 – A medição das dobras cutâneas é mais precisa do que a bioimpedância
Muitos avaliadores ainda acreditam que a impedância bioelétrica é um método altamente validado para estimar o percentual de gordura. A grande verdade é que há estudos comprovando que é uma ferramenta pouco precisa para esse fim.
Um estudo clássico de Jackson (1988) evidenciou um erro padrão de 4,6% a 6,4% para análises de percentual de gordura por bioimpedância. Além disso, mostrou que é um método que se compara com resultados obtidos através de IMC, ou seja, altura e peso são os dois fatores que mais influenciam o resultado. Por outro lado, o recurso das dobras cutâneas (soma de 7 dobras) teve uma validade 20% maior em média.
É importante deixar o aluno a vontade na Avaliação Física pois ela é extremamente importante para uma boa comunicação do aluno com estudio/aula/academia. É nesse momento que o profissional deve saber a respeito de quaisquer problemas, limitações ou dores crônicas que talvez tenha. Afinal, nada melhor do que o diálogo para deixar o profissional ciente do que o aluno realmente espera do treinamento.
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